(Um poeta colorindo minha vida com notas musicais)
OU
História
de um dia
(Felicidade sem culpa em tons musicais de um poeta)
-
Dois estranhos com espaço de sobra no coração escolhem seguir
juntos, em uma dessas estradas de vida. Dias de felicidade! - Dizia
a primeira.
-
Eles se merecem. Vivem em um sonho real de amor! Ela aprendeu um novo
jeito de respirar, enquanto ele a escrevia em letras quentes e
gentis. - Contava a segunda.
-
Em noites bonitas eles esqueciam a vida e se entregavam, na varanda,
em Mi maior e Lá. - Denunciava a terceira.
Essas
histórias clichês aconteciam nas musicas que ouvia todo o tempo
durante os últimos dias. Músicas leves, no lugar das depressivas.
Encontro, no lugar de abandono. Sorrisos, no lugar de lagrimas. Ela
percebeu-se lépida: não mais caminhava, flutuava. Vivia em noites
sem fim de amanheceres bonitos. Quebrando as regras, mais uma vez
ela estava não ridiculamente, mas estranhamente apaixonada.
Não
entender. Não pensar. Ausência de preocupações. Apenas sentir,
respirar, ver e ouvir... Aquela tarde decidira caminhar, dispensando
a presença de musica. Caminhava sozinha, em direção a um lago que
conhecia bem - costumava ir àquele lugar em dias complicados, tentar
amar um pôr-do-sol que quase nunca se apresentava quando ela estava
presente. Talvez, então, fosse para lá pela frustração - chegaria
ali não pelo famoso pôr-do-sol ou sua ausência, mas por ele, que
já a esperava. Ele que estava sendo seu motivo de sorrir, razão do
seu bom humor singular, explicação de seus olhos não pararem de
brilhar. Ele que já era um pouco do seu sol.
Durante
a caminhada, distraída, olhava o que todo mundo sabe, mas ninguém
vê. E assustou-se quando o mesmo vento, que fazia graça em seus
cabelos, improvisou uma canção fazendo da garrafinha com água,
carregada em uma de suas mãos, instrumento. Melodiou sons que nunca
foram percebidos antes; despertou-a para um estado primo de
felicidade já esquecido; a felicidade era, novamente, velha amiga.
Estava em equilíbrio, então se perguntou:
-
Será ele? Não estou mais só? Enfim, bem?
Chegou,
finalmente, no lugar do encontro. O pôr-do-sol estava quase acabando
e avistou-o sentando em um banco com uma caixa de chocolates finos na
mão. Piscou os olhos - costumava fazer isso para certifica-se que
não estava sonhando -, caminhou até ele, enquanto (re)pensava nos
momentos que já tinham vivido. Lembrou-se dos encontros e
desencontros; das caretas, birras e brigas; dos vinhos, noites,
palmeiras e varanda; dos beijos, abraços e “amassos”. Sorriu ao
perceber que isso fazia dias e não meses.
Entendeu
o que quiseram dizer quando afirmaram com tanta veemência que o
tempo é relativo. Conseguiu perceber a verdadeira importância sobre
andar distraído e sentiu a levíssima embriaguez de estar perto
dele. Ele sorriu e então ela pode compreender o que queriam dizer quando escreveram sobre o sol no sorriso de alguém. Estavam
certo quando disseram que é quando se desiste de achar um “amor”
pra vida que esse amor aparece.
Naquele
dia - que reconheceu seu estado de estranhamente apaixonada e pôs a
dona Felicidade no lugar que sempre fora seu - pôde, antes de
dormir, agradecer ao menino que desenha noites e a certa moça de
sorriso bonito e mala de chita por terem escrito juntos um conto de
um poeta sem rumo que resolve amar uma menina que teme a felicidade
sem culpa. E em meio aos pensamentos, lembranças e sonhos com um
futuro bom, adormeceu.
Stephanne
Oliveira
01
de dezembro de 2012
Nas
ultimas horas do dia
“Eu sei que é pra sempre
Enquanto
durar...
Eu
peço somente
O
que eu puder dá”