quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Dias de felicidade clandestina e insuportável. Felicidade sem culpa!



(Um poeta colorindo minha vida com notas musicais)









OU






História de um dia


(Felicidade sem culpa em tons musicais de um poeta)





- Dois estranhos com espaço de sobra no coração escolhem seguir juntos, em uma dessas estradas de vida. Dias de felicidade! - Dizia a primeira.
- Eles se merecem. Vivem em um sonho real de amor! Ela aprendeu um novo jeito de respirar, enquanto ele a escrevia em letras quentes e gentis. - Contava a segunda.
- Em noites bonitas eles esqueciam a vida e se entregavam, na varanda, em Mi maior e Lá. - Denunciava a terceira.
Essas histórias clichês aconteciam nas musicas que ouvia todo o tempo durante os últimos dias. Músicas leves, no lugar das depressivas. Encontro, no lugar de abandono. Sorrisos, no lugar de lagrimas. Ela percebeu-se lépida: não mais caminhava, flutuava. Vivia em noites sem fim de amanheceres bonitos. Quebrando as regras, mais uma vez ela estava não ridiculamente, mas estranhamente apaixonada.
Não entender. Não pensar. Ausência de preocupações. Apenas sentir, respirar, ver e ouvir... Aquela tarde decidira caminhar, dispensando a presença de musica. Caminhava sozinha, em direção a um lago que conhecia bem - costumava ir àquele lugar em dias complicados, tentar amar um pôr-do-sol que quase nunca se apresentava quando ela estava presente. Talvez, então, fosse para lá pela frustração - chegaria ali não pelo famoso pôr-do-sol ou sua ausência, mas por ele, que já a esperava. Ele que estava sendo seu motivo de sorrir, razão do seu bom humor singular, explicação de seus olhos não pararem de brilhar. Ele que já era um pouco do seu sol.
Durante a caminhada, distraída, olhava o que todo mundo sabe, mas ninguém vê. E assustou-se quando o mesmo vento, que fazia graça em seus cabelos, improvisou uma canção fazendo da garrafinha com água, carregada em uma de suas mãos, instrumento. Melodiou sons que nunca foram percebidos antes; despertou-a para um estado primo de felicidade já esquecido; a felicidade era, novamente, velha amiga. Estava em equilíbrio, então se perguntou:
- Será ele? Não estou mais só? Enfim, bem?
Chegou, finalmente, no lugar do encontro. O pôr-do-sol estava quase acabando e avistou-o sentando em um banco com uma caixa de chocolates finos na mão. Piscou os olhos - costumava fazer isso para certifica-se que não estava sonhando -, caminhou até ele, enquanto (re)pensava nos momentos que já tinham vivido. Lembrou-se dos encontros e desencontros; das caretas, birras e brigas; dos vinhos, noites, palmeiras e varanda; dos beijos, abraços e “amassos”. Sorriu ao perceber que isso fazia dias e não meses.
Entendeu o que quiseram dizer quando afirmaram com tanta veemência que o tempo é relativo. Conseguiu perceber a verdadeira importância sobre andar distraído e sentiu a levíssima embriaguez de estar perto dele. Ele sorriu e então ela pode compreender o que queriam dizer quando escreveram sobre o sol no sorriso de alguém. Estavam certo quando disseram que é quando se desiste de achar um “amor” pra vida que esse amor aparece.
Naquele dia - que reconheceu seu estado de estranhamente apaixonada e pôs a dona Felicidade no lugar que sempre fora seu - pôde, antes de dormir, agradecer ao menino que desenha noites e a certa moça de sorriso bonito e mala de chita por terem escrito juntos um conto de um poeta sem rumo que resolve amar uma menina que teme a felicidade sem culpa. E em meio aos pensamentos, lembranças e sonhos com um futuro bom, adormeceu.

Stephanne Oliveira



01 de dezembro de 2012



Nas ultimas horas do dia





Eu sei que é pra sempre



Enquanto durar...



Eu peço somente



O que eu puder dá”