terça-feira, 28 de junho de 2011

Chama da infantilidade

    Detesto o meu jeito de ser, sou muito exagerada e a confusão interna que estou vivendo no momento parece ter aumentando ainda mais o meu exagero: vejo um furacão quando há apenas uma leve brisa passando.
     Uma conversa, poucas palavras ditas, e me vi traçando o que parecia ser uma oportunidade e preencher o vácuo que teima em habitar meu íntimo.
     Enquanto minha parte racional zombava de mim, acendia uma chama como se com esperança de fazer meu coração menos inóspito, aquecer de vez esse ambiente gélido. Construí todo esse cenário num espaço de tempo tão curto que, ao perceber tudo que havia armado, me assustei percebendo por fim o quão tola estava sendo.
     Pensei então em desfazer tudo, mas me dei conta que já é tarde. Minhas “teorias” já foram criadas e mesmo se conseguisse desfazê-las, restariam vestígios que seriam marcas por tempo demais.
    Aguardo um desfecho daquilo que mesmo não querendo imaginei, sonhei e até idealizei. Algo que mesmo relutante e sabendo que não devia, quero que aconteça.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Guerra Civil

 
    Quando acho que me conheço o bastante para entender o que se passa em meu interior, me aparece uma sensação novinha em folha para acabar com essa teoria, me deixar inquieta, perdida. O equilíbrio que demorei tanto a encontrar foi destruído, pareço longe do que me tornar eu mesma. Sinto-me muito desigual. Estou vivendo coisas demais, sensações de mais, o que faz de mim mais inconstante do que o habitual.
    Ainda desconheço a nascente de todas as mudanças. Inicialmente achei que fosse a perda daquele que me faz tão bem que estou prestes a viver, e muitas vezes já parece ter acontecido. Estava enganada. A vida me ensinou a conviver com as perdas que sempre acontecem da pior forma possível, e o mais terrível, cicatrizam mais rápido do que deveriam. Depois, atribui tal instabilidade a grande quantidade de coisas pendentes e as várias noites sem dormir. Mas tive que largar essa ideia ao perceber que dormir por longas horas seguidas não me ajudou. Fui então obrigada a admitir aquilo que estava lutando pra crer ser mentira.
    Meu âmago foi destruído, as partes que me compõem parecem estar brigando como cães raivosos. Enquanto eu assisto inerte, pareço uma mera espectadora tentando entender por que essas, que outrora conviviam como irmãs, agora estão em guerra. Demoro a notar que o pacificador abandonou sua missão, deixando seus dependentes ao caos.
    E em um piscar dos olhos me dou conta do que se sucedeu, entendo que a única culpada sou eu, eu sou a razão de todos os problemas. EU, a inconstância em pessoa, estraguei tudo, fiz com que aquilo que era essencial se fosse, ele disse apenas que tantas mudanças fizeram de mim um ser diferente de mim mesma. Isso era um adeus, uma última oportunidade de manter minha essência, mas não prestei atenção as suas palavras só dei conta de sua partida depois de ver tamanha desordem em meu íntimo.
    Já é muito tarde. Já não posso fazer mais nada pra reatar minha paz. Percebi tudo muito fora do tempo. Entendi o que se passava muito depois do esperado, a destruição já estava feita. Meu âmago se foi. Perdi minha índole. Agora lamento não ter percebido tudo antes. Feito uma criança, choro antes de dormir, deixo meu rosto contemplar minhas lágrimas que nascem para morrer no meu travesseiro. Rezo, quase que desesperadamente, por um retorno, um estabelecimento de paz... Rezo para um reencontro que me faça voltar para mim, que me faça ser quem eu sempre fui, que me faça me reconhecer ao espelho.
    Só quando esse reencontro acontecer eu terei de volta minha velha companheira, então anseio, com todas as forças que me resta, para isso acontecer, grito por ele enquanto em pratos adormeço e vislumbro em um doce sonho esse lindo reencontro.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Palavras Repetidas

Segundo Larih, me descrever é uma modéstia tentativa do impossível e tenho que concordar com ela, pois por mais que eu tente acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto e do que gosto. E não gosto do bom gosto, não gosto do bom senso, não gosto dos bons modos. Gosto dos que tem fome, dos que morrem de vontade, dos que secam de desejo e dos que ardem.
Gosto, de me perder por um tempo e forçar-me a regressar de longe ao meu lar, atrair-me a mim mesmo de volta para mim. Não gosto de discursos longos sobre coisa alguma, gosto de ouvir pessoas que sabem te ganhar logo de início. Gosto de chegar antes para sinalizar o estar de cada coisa.
Gosto de esquecer que o pra sempre, sempre acaba. Gosto mais do segundo que antecede o beijo do que do beijo. Gosto de provar novos sabores, ir até onde ninguém foi, fazer coisas que ninguém nunca ousou fazer, de quebrar as regras, de lutar por um sonho qualquer e de me apaixonar por um dia.
 Não gosto de seres humanos que perderam a coragem de mudar o mundo ou dos que vêem a maldade e a deixam acontecer, é por estes que o mundo está perigoso e apesar de gostar do perigo, não gosto do mundo como está nem mesmo das coisas como são e se o mundo é mesmo parecido com o que vejo prefiro acreditar no mundo do meu jeito.
No mundo atual o que é de mais nunca é o bastante e a primeira vez é sempre a ultima chance ninguém ver aonde chegamos os assassinos estão livres, mas eu não estou, então se você conhece a liberdade me diz qual é o seu sabor?
Com esse sistema mal saber que minha turma é legal me conforta assim como o gosto do chocolate ou som do vento, raios, relâmpagos e trovões, a tempestade me distrai, banhos na chuva ou no mar, andar no escuro ou de madrugada, ver o pôr do sol ou a lua, conversar com um amigo ou rir sem motivo, ouvir o canto de um pássaro ou o desabrochar de uma flor e acima de tudo as cores, adoro as cores e as luzes, essas pequenas coisas fazem da felicidade velha uma companheira. Ainda assim algumas vezes tenho vontade de sair da terra por um tempo e depois voltar para poder recomeçar tudo do zero, só que para isso eu ia ter que abrir mão de todos e de tudo e isso aqui é meu “inferninho” predileto e não abro mão dele por nada.
Stephanne de Oliveira Marque
Texto criado em: 25-04-11
Texto de itálico retirados de: letras de Renato Russo, Adriana Calcanho, Catedral e Capital Inicial ou Poemas ou frases de Albert Einst,, Nietzcshe e mais alguém famoso.
“Sei que as vezes uso palavras repetidas,
 mas quais as palavras que nunca são ditas...”